Construtora é responsável por grande parte do Minha Casa, Minha Vida.
De 2007 para cá, MRV acumulou 261 processos na justiça.
Com o sonho da casa própria, a corretora de imóveis Vânia Viana colocou
todos os móveis no caminhão de mudança e deixou o imóvel onde pagava
aluguel. Mas, no meio caminho, teve uma surpresa nada agradável: a
construtora adiou a entrega do apartamento. “Cada dia que você liga na
construtora é uma previsão diferente e você não tem mais uma data exata
porque eles não passam”, afirma.
O jeito foi trazer tudo para a casa da mãe. As roupas ainda estão
encaixotadas, tudo amontoado em um canto da casa. Para dormir, Vânia e a
filha dividem um pequeno espaço, no chão da sala. “Estou nesta situação
desde o início de dezembro, quando coloquei minhas coisas em uma
transportadora. Há quase dois meses estou dormindo no chão esperando a
construtora entregar o imóvel”, diz.
A construtora é responsável por grande parte dos empreendimentos do
programa de moradia popular do governo federal, o Minha Casa, Minha
Vida. Mas, recentemente, foi proibida pela Caixa Econômica Federal de
abrir novos financiamentos pelo banco. De 2007 para cá, só em Rio Preto,
a empresa acumulou 261 processos na justiça, sendo que 46 ações ainda
estão em andamento.
E se depender do farmacêutico Bruno Simonato da Silva, a lista de
reclamações na justiça vai ficar ainda maior. O farmacêutico já teve a
entrega das chaves adiada por três vezes. “Eles alegam um problema de
documentação do empreendimento. Eles falam que foi para Caixa, voltou,
está em cartório e cada dia que você liga lá eles dão um prazo. Não
queremos prazo, queremos o apartamento”, afirma o farmacêutico.
Dos 47 apartamentos do condomínio, 12 estão sendo habitados. Bruno já
pagou 30% do imóvel e, mesmo sem morar aqui, é o síndico de prédio. O
único problema que não consegue resolver é o dele. “Vou me casar agora
em maio e preciso do empreendimento porque moro de aluguel. Preciso
entrar no apartamento e fica aí o apelo para eles entregarem”, diz.
A construtora responsável pela obra informou que o processo de registro
demorou mais tempo do que o previsto porque foi necessário alterar na
documentação o nome da rua onde está localizado o imóvel. Ainda de
acordo com a construtora, os clientes que não assinaram o contrato vão
ter que aguardar ainda 90 dias.
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